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Mercado, carreira e desenvolvimento humano: transformações e novas tendências

Diante das profundas e complexas transformações deste século, acredito que podemos afirmar que a crise mundial pela qual estamos passando será mais um divisor de águas na história da humanidade e não me refiro aqui, apenas, as mudanças oriundas do período de isolamento social, mas das profundas e intensas transformações que mudarão a nossa realidade daqui por diante. Reflexões sobre como cuidamos do coletivo e do bem comum, qual a nova proposta planetária, quais são as tendências de mercado e carreira, como lidar com os novos modelos de consumo, como liderar, enfim, aceitar essa nova realidade, é de suma importância e aprender a lidar com tudo isso, fundamental.

A pandemia veio como uma crise mundial que descortinou questões muito sérias da sociedade e ao meu ver, nos convida a uma decisão: vamos olhar de frente essas questões, conhecer nossas crenças, nossos hábitos e o porquê de agirmos “assim ou assado” e fazer mudanças significativas para o futuro da humanidade ou vamos “lutar” para manter o que já é conhecido, mas que está nos levando a problemas realmente graves, como por exemplo, problemas econômicos, sociais e ambientais?

As transformações são muitas e em diversos setores, política, economia, modelos de negócios, relações sociais, cultura, profissões, meio ambiente, entre outras. Para lidar com esse momento e com tudo mais que possa estar por vir, se faz necessário um mergulho para dentro de si mesmo, investir em autoconhecimento, conhecer a nossa narrativa de mundo, nossas capacidades, talentos, desenvolver habilidades para agir diante desse novo mundo e “surfar” nessa onda que pode ser muito produtiva, próspera e feliz e muito mais conectada com o verdadeiro sentido da existência e do progresso da humanidade.

Tanto para os dias atuais como para o futuro que emerge, precisamos compreender que o modelo de mundo deixou de ser linear e passou a ser muito mais volátil e complexo. Antes, para projetarmos algo para o futuro, era suficiente tomar por base as experiências passadas, ajustar rotas que não funcionaram, definir estratégias, partir para a ação e pronto. Hoje, é necessário entender e agir sobre um novo mindset, o mindset de crescimento. Nessa proposta, é importante promover a ideia de aprendizado contínuo de novos conhecimentos, desenvolver novas habilidades, abraçar e enfrentar desafios com entusiasmo e criatividade, buscando aprender com os erros e produzir soluções novas o tempo todo, pois as incertezas, a volatilidade e complexidade desta fase atual, não sustentam mais as mesmas soluções.

Há muito já se discute mudanças no cenário econômico e social, questões, tais como:

  • Equilíbrio entre vida pessoal e vida profissional;
  • Entender que estamos vivendo em um modelo colaborativo e que o conceito de trabalho já supera o de emprego no mundo todo;
  • Tempo do vuca (volátil/ incerto/ complexo/ ambíguo);
  • Hoje e no futuro prevalecerá o trabalho por projetos, startups, trabalho colaborativo, trabalhar de casa;
  • Mudança no perfil das empresas e surgimento de novos modelos de organizações - Exponenciais, Colaborativas, Capitalismo consciente

Desde 2015 que Fórum Econômico Mundial já discute sobre as habilidades consideradas fundamentais para os profissionais da nova era a saber:

    • Resolução de problemas complexos;
    • Pensamento crítico;
    • Criatividade;
    • Gestão de pessoas;
    • Coordenação;
    • Inteligência emocional;
    • Capacidade para tomar decisões;
    • Negociação;
    • Flexibilidade cognitiva;
    • Orientação para servir

A nova era é agora, a crise que estamos enfrentando acelerou todo esse processo, trazendo novas demandas e muitas reflexões e dúvidas; que cenários possíveis e prováveis já começam a vir à tona e devem se colocar no mundo pós-crise?

Uma coisa é certa: se investir em desenvolvimento humano era importante, agora tornou-se crucial. Os profissionais precisarão repensar suas carreiras, criar, desafiar o status quo, se antecipar nas ideias, ser ágeis nas decisões, experimentar e aprender com os erros e se importar verdadeiramente com o outro; os líderes precisarão cada vez mais, saber lidar com a diversidade e aproveitá-la para a construção e desempenho do time e, saber conduzir emoções e liderar com sensibilidade e eficiência. As empresas precisarão incluir nas suas rotinas o cuidado com o coletivo, com o meio ambiente, com seu cliente interno e externo, de forma sincera; precisarão buscar meios de produção para gerar valor para a sociedade, atender ao consumo e produção conscientes e aprender a lidar com um mundo bastante diverso, mas integrado.

Pensando na construção e desenvolvimento da carreira e do mercado neste novo contexto e na tentativa de identificar os prováveis cenários, pesquisadores e futuristas do mundo todo, já trazem algumas tendências já identificadas, tais como, revisitar valores, novos hábitos de consumo, morar perto do trabalho, trabalho remoto, busca por novos conhecimento, educação à distância, cuidado com a saúde e o bem-estar, entre outros.

Segundo escreveu Sabina Deweik ,mestre em comunicação semiótica pela PUC e pesquisadora de comportamento e tendências, no site O Futuro das Coisas...“Hoje, faz-se necessário pensar no valor concedido às pessoas, no impacto ambiental, na geração de um impacto positivo na sociedade ou no engajamento com uma causa. Faz-se necessário olhar definitivamente com confiança para os colaboradores já que o home office deixou de ser uma alternativa para ser uma necessidade. Faz-se necessário repensar a sociedade do consumo e refletir o que é essencial.”

Nesse contexto, a educação não pode se resumir à  transferência  de  conhecimento. De   acordo   com   o   Projeto   Futuro   da   Educação   e  Habilidades da OCDE 2030: “Precisamos substituir os antigos padrões de educação por uma estrutura educacional que combine o conhecimento com as habilidades  de  criatividade,  pensamento  crítico,  comunicação  e  colaboração   do   século 21”. Portanto, as instituições de ensino, assim como professores e alunos também precisam revisitar seus antigos padrões, pois não estamos falando apenas de colocar o ensino em plataformas digitais, mas sim, de apoiar e conduzir as pessoas para novas habilidades, novos olhares sobre o mercado, sobre suas respectivas carreiras para que reflitam sobre como podem impactar positivamente a sociedade em que vivem.

Penso, que apesar da dor gerada por uma crise de proporções tão grandes, estamos tendo a chance de promover uma mudança incrível e muito positiva na humanidade, colocando um novo olhar sobre nós mesmos, buscando perceber o que é prioridade a partir de agora, desenvolver formas verdadeiramente humanas de nos relacionarmos e nos desenvolvermos para construir uma nova economia.

**Estela Scher
Administradora  de   Empresas,  Coach,   Especialista   em   Desenvolvimento Humano.
Parceira da UniTreina Educacional